Charles Goulding e Andressa Bonafe investigam o uso da impressão 3D na BorgWarner em português.
Com receita de US$ 10,2 bilhões, a fornecedora automotiva BorgWarner emprega cerca de 50 mil pessoas em 24 países. No último ano, a multinacional americana concluiu importantes aquisições com vistas a aprimorar seu portfólio de sistemas de propulsão em veículos de combustão, híbridos e elétricos.
Em 2020, a empresa adquiriu a Delphi Technology, fornecedora de sistemas de combustão, produtos de eletrificação, software e controles. A transação, que envolveu troca acionária de US$ 3,3 bilhões, deve fortalecer em capacidade e escala a produção de produtos eletrônicos e eletrônica de potência da BorgWarner.
De acordo com a Automotive Business, a fusão deve colocar a BorgWarner em posição de liderança no “fornecimento de sistemas de propulsão eletrificados, incluindo inversores de alta tensão, conversores, carregadores integrados e sistemas de gerenciamento de bateria, além de recursos como softwares, integração de sistemas e gerenciamento térmico.”
Mais recentemente, a BorgWarner expandiu ainda mais suas capacidades de eletrificação de veículos comerciais com a aquisição da AKASOL. A criadora e fabricante alemã de sistemas de bateria de alto desempenho desenvolveu uma tecnologia proprietária que oferece soluções flexíveis e de baixo custo para uma variedade de aplicações, incluindo veículos comerciais, ferroviários e industriais, ônibus, navios e barcos. Este movimento ecoa os esforços de outros grandes agentes automotivos, que estão reimaginando o futuro dos carros e investindo pesadamente em alternativas elétricas.
A impressão 3D tem sido um importante componente de inovação para a indústria automotiva e para a BorgWarner em particular. A companhia anunciou recentemente a expansão de protótipos 3D em sua unidade brasileira, como um esforço para agilizar processos e otimizar as linhas de produção. A impressão 3D permitirá uma avaliação mais eficiente dos produtos em cada etapa, o que por sua vez favorecerá ajustes oportunos para atender às necessidades de montagem e/ou design.
Nas palavras de Vitor Maiellaro, Diretor Geral da BorgWarner ETTS Brasil, “garantir a máxima qualidade, segurança e eficiência de nossos produtos e processos está sempre no centro do que fazemos e utilizar a impressão 3D para protótipos nos dá outra ferramenta para garantir que sejamos precisos e eficientes em todo o desenvolvimento do produto e ciclo de vida de fabricação”.
Em outras unidades da BorgWarner ao redor do globo, a impressão 3D tem permitido maior eficiência de custo para pequenas tiragens de lote, incluindo itens de baixo volume e peças que não estão mais disponíveis. Em 2020, a empresa fez avançar ainda mais o uso da manufatura aditiva, patrocinando o 54º Prêmio Louis Schwitzer, que foi concedido a oito engenheiros pelo desenvolvimento de uma Aeroscreen para INDYCAR. A solução inovadora foi projetada para proteger os motoristas de detritos e inclui uma moldura superior de titânio impressa em 3D, juntamente com uma moldura inferior de fibra de carbono reforçada com titânio e uma tela de policarbonato laminado transparente.
Nos Estados Unidos, a impressão 3D de peças automotivas e atividades semelhantes pode ser apoiada por créditos fiscais de P&D, que são brevemente descritos a seguir.
Incentivo à Pesquisa & Desenvolvimento
Nos Estados Unidos foi implementado em 1981 o programa federal de incentivos tributários para P&D, que proporciona um crédito entre 4-7% por cento dos custos elegíveis para produtos e processos novos ou aprimorados. O programa utiliza o conceito de pesquisa qualificada, que deve seguir os seguintes critérios:
- Deve ser de natureza tecnológica;
- Deve ser um componente do negócio;
- Deve representar P&D no sentido experimental e geralmente incluir custos relacionados ao desenvolvimento e melhoria de produtos ou processos;
- Deve eliminar incertezas por processo de experimentação que considera uma ou mais alternativas.
Custos elegíveis incluem salários baseados nos EUA, suprimentos utilizados nos processos de P&D, custos relacionados a testes antes da produção, despesas com pesquisa contratada nos EUA e alguns gastos associados ao desenvolvimento de patentes.
Em 18 de dezembro de 2015, Presidente Obama tornou o incentivo fiscal à P&D permanente. A partir de 2016, o crédito pode ser usado para abater o Imposto Alternativo Mínimo em empresas com receita menor que US$50 milhões e novas empresas (startups) podem ainda utilizá-lo em até US$250.000,00 por ano em impostos sobre a folha de pagamento.
Conclusão
A BorgWarner tem intensificado a inovação por meio de aquisições e do uso de impressão 3D. Os investimentos em tecnologia flexível para veículos elétricos e fabricação 3D de alta eficiência estão abrindo o caminho para o futuro da indústria automotiva. Os créditos fiscais de P&D estão disponíveis para apoiar essas atividades e acelerar o ritmo da inovação nos EUA.